david mckee é mesmo um autor e tanto, daqueles que não podem ficar de fora de uma biblioteca que se preze – mesmo.
e olha, nada de ficar apenas nos livros do elmer, hein! por mais divertidos que sejam, o autor tem muito mais a nos mostrar…

“príncipe pedro e o ursinho” nos conta a história de um principezinho que fará aniversário. ansiosos, seus pais passam a semana perguntando sobre os presentes que o menino gostaria de ganhar: que tal uma coroa? um cavalo branco? uma espada de prata? todas as sugestões são de presentes caros, inatingíveis até, e todos se encaixam perfeitamente na realeza do menino.

mas ele não quer nada disso! o príncipe pedro quer apenas um ursinho de pelúcia. aliás, sempre que ele responde que quer o tal ursinho, o rei e a rainha ficam meio indignados, meio frustrados…

e aí que chega o dia do aniversário, e o menino recebe seu ursinho. porém, era um urso de ouro maciço (claro né, um príncipe não poderia simplesmente ter um ursinho de pelúcia, que coisa mais plebéia!).

ok, ouso dizer que a partir daí o livro se desenrola de forma bem previsível – e até mesmo meio piegas.

mas a verdade é que nos faz pensar no quanto nós, pais, estamos desatentos pras reais necessidades das crianças.

você já se surpreendeu ao notar que o brinquedo favorito do seu filho é aquele baratinho? por aqui, fazem sucesso aqueles comprados na loja de R$ 1,99, sabem?

então né, é a gente que ensina o valor das coisas – e será que estamos ensinando certo? será mesmo que precisamos comprar aquela boneca de R$ 499,99? será que precisamos parcelar compras e nos endividar pra fazer aquela festa in-crí-vel, comprar aquele presente ma-ra-vi-lho-so? será que isso não é apenas pra suprir uma vaidade pessoal dos pais, ou mesmo a ausência?

se as crianças não precisam – e nem querem – nada disso, será que a gente precisa trabalhar tanto (e ficar tanto tempo longe delas) pra que passem a viver em função desses bens materiais?

será que não seria mais fácil, mais leve e mais feliz levar uma vida mais simples, mais atenta, mais presente (no sentido de presença?)?

muitas pessoas me questionam porque não conto com ajuda de babás no final de semana, que eu também preciso descansar, que isso, que aquilo.

ah! porque eu quero curtir meu filho, ué! dá trabalho? dá!! eu que me viro pra trocar, dar banho, preparar e dar refeições, por pra dormir, dar as broncas… eu que me revezo com o marido pra almoçar, pra entreter, pra evitar acidentes… quando um percebe que a paciência do outro tá meio que se esgotando, vai lá e ajuda a mudar o foco, ou até mesmo tira o “malinha” de cena… cansa? demais! tem sábado que a gente vai dormir quase que na mesma hora que o pequeno…

mas é tãaaaao bom! no fim do dia, esbudegados, a gente meio que se esparrama no sofá e fica comentando das artes, das malcriações, das fofuras, das gracinhas… vamos dormir acabados, mas felizes!

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