quando eu era pequena, adorava ler uns livrinhos que eram assim, bem alegres, com desenhos simples e bonitos, e a capa tinha sempre uma borda colorida… e sempre tinha o gato, o bode, o pato, o rato… quem tem mais ou menos a minha idade (alô, trintões, alô quarentões!) certamente sabe do que estou falando: da coleção gato e rato!
em todo lugar tinha um exemplar: na escola, em casa, na casa da avó, da tia, da vizinha. eram muitos títulos, e um dos que eu mais gostava era “o barco”… e o que título que mais me intrigava era “fogo no céu!”. depois de crescida, confesso que nem lembrava mais da coleção, ele tava lá arquivada na memória. só que, num belo dia em que flanava pela livraria, achei ali, meio escondidos na prateleira, aqueles livros fininhos que eu tanto gostava. fiquei doidona, a memória afetiva veio com tudo e minha vontade era mesmo de comprar tudo de uma vez (só que né… não rolava).
na época, meu filho era muito pequeno e ainda não tinha muita paciência pros livros – mesmo que eu insistisse, ele se desligava logo na segunda página (eu eu ficava frustradíssima, confesso). porém… num belo dia, eis que ele cata “chuva!” do cesto de livrinhos, senta no meu colo e dá a ordem: “lê”!
senhor, sim senhor! li, reli. li, reli. muitas, muitas vezes.
naqueles dias eu fazia um curso de literatura nas noites de quinta-feira, e o pequeno ia pra casa com os avós. e ele ficou pedindo o livro pra minha mãe também (ela demorou um tempo pra captar as ordens, hahaha), e desde então, a leitura faz parte da nossa rotina diária.
durante um bom tempo o preferido foi “chuva” mesmo – e ele adorava o trecho em que a chuva molhava a careca do vovô. depois teve a fase do “o vento”, que ele pega pra “ler” sozinho e fica imitando a minha entonação (ai, morro de orgulho!). acho que as frases simples, curtinhas, as ilustrações descomplicadas, o formato do livro, tudo contribuiu pra despertar o interesse dele pela leitura.
e sempre, sempre que posto um título da coleção gato e rato lá no instagram, recebo muitos comentários de gente que adorava esses livros na infância, e cada um tem o seu predileto.
daí que eu, muito cara de pau, mandei um e-mail pra mary e pro eliardo frança, contando toda essa história. isso foi láaaaaaaa atrás, logo que o blog entrou no ar. na época, eles estavam com a vida super corrida e não podiam me atender – quem me disse foi o simpático assistente deles. faz parte.
mas, há alguns dias, meu coração disparou quando recebi, da própria mary, um e-mail perguntando se eles já tinham me atendido! foi muita alegria! em seguida, eles responderam com muito carinho algumas perguntinhas enxeridas que eu fiz, e publico aqui pra vocês: